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18.06 | BACK OF MY HAND: Programa paralelo/Side program

— Negotiating Documents: On Second Production
Stefanie Baumann

— The Migrant's Hand Between Archive and Demonstration: On Sylvain George's "Qu'ils restent en révolte (figures de guerre)" ("May They Rest in Revolt - Figures of War")
Sven Spieker

Moderação de Teresa Mendes Flores

— The Migrant's Hand Between Archive and Demonstration: On Sylvain George's "Qu'ils restent en révolte (figures de guerre)" ("May They Rest in Revolt - Figures of War") – Sven Spieker

Esta apresentação considera a mão humana e os seus gestos na arte do século XX entre o arquivo e a demonstração. Embora os gestos das mãos sejam fundamentais para criar, mostrar, instruir ou protestar (“demonstração”), eles também são instrumentos importantes para arquivar (“arquivo”) – já para não mencionar o facto de eles próprios estarem sujeitos a arquivamento. Nesta apresentação irão dar-se exemplos de como os gestos que usam a mão humana oscilam entre estes dois polos (arquivo versus demonstração), bem como sobre a forma como o gesticular, no contexto da arte ocidental, assumiu geralmente a universalidade dos seus idiomas ocidentais, implicando a mão (branca) nos padrões coloniais de pensamento sobre a diferença entre arquivo e demonstração, e numa ordenação vertical da sequência "olho-orelha-mão".

— Negotiating documents: on second production – Stefanie Baumann

Nas últimas décadas, as estruturas de arquivo tradicionais têm sido amplamente criticadas pelas suas pretensões hegemónicas de fornecer um acesso autoritário a documentos confiáveis ​​e pelo viés eurocêntrico, universalista ou colonial da sua organização interna. Assim, projectos artísticos, militantes e académicos não apenas problematizam e subvertem as implicações políticas das formas e conteúdos supostamente neutros de tais arquivos; como também propõe formas alternativas de conceber os documentos e o seu acervo. Recorrendo a fontes anónimas, privadas ou subalternas, ou produzindo eles próprios materiais audiovisuais, tais projectos abrem acesso a vozes oprimidas, narrativas menores e contra-versões de histórias estabelecidas que desafiam representações, entendimentos e estruturas. Mas não é apenas o monopólio dos arquivos institucionalizados que foi desafiado: também a própria produção de documentos audiovisuais não está mais restrita aos profissionais. Qualquer pessoa com um smartphone em mãos pode gravar imagens e sons, editar diversos arquivos, reapropriar ou manipular documentos existentes e carregá-los ou compartilhá-los publicamente na internet. Os espectadores são, assim, hoje, ao mesmo tempo, potenciais produtores conscientes das possibilidades técnicas de fabricar, falsificar e distorcer imagens. Ao longo desta apresentação pretende-se reflectir sobre a dialéctica entre o potencial emancipatório e a dúvida penetrante gerada pela ubiquidade de potenciais documentos de status incerto, bem como analisar diferentes maneiras de problematizá-lo, usá-lo ou desafiá-lo por meios artísticos.


BIOGRAFIAS

— Sven Spieker nasceu em Bonn, Alemanha, e é formado (em Estudos Eslavos e da Europa Oriental) pela University of London, Oxford University e a University of Southern California, Los Angeles. Actualmente lecciona na University of Califórnia, Santa Bárbara, no Departamento de Estudos Germânicos, Eslavos e Semíticos e no Departamento de História da Arte e Arquitectura. Os seus interesses de investigação incluem as literaturas russas e do centro-leste europeu, a arte contemporânea, a teoria e a prática da vanguarda histórica (especialmente na Rússia e no centro-leste da Europa) e a interacção entre medias, arte e filosofia. Ele é o autor de Figures of Memory and Forgetting in Andrej Bitov's Prose: Postmodernism and the Quest for History (1996) e G0G0L: Exploring Absence: Negativity in 19th-Century Russian Literature (1999). Spieker é também o editor da ARTMargins, uma revista online sobre arte contemporânea e teoria estética na Europa Centro-Oriental.

​— Stefanie Baumann é investigadora do CineLab/IFILNOVA (NOVA Universidade de Lisboa), onde coordena o grupo de trabalho “Thinking Documentary Film”. Obteve o seu doutoramento em filosofia em 2013, com uma tese sobre o projecto artístico de Walid Raad, The Atlas Group. Leccionou filosofia, estética e teoria da arte contemporânea na Universidade Paris VIII (Paris, 2007-2010), Ashkal Alwan (Beirute, 2013), ALBA – the Lebanese Academy of Fine Arts/University of Balamand (Beirute, 2012-2015) e na Programa de Estudos Maumaus (Lisboa, desde 2016). Trabalhou também com a artista Esther Shalev-Gerz como assistente pessoal de 2005 a 2010, e colaborou com artistas de vídeo como Marie Voignier e Mounira Al Solh.

​— Teresa Mendes Flores é historiadora da fotografia e do cinema e investigadora em teorias dos media ópticos, cultura visual e semiótica. É investigadora titular do ICNOVA, Universidade Nova de Lisboa, doutorada em Ciências da Comunicação pela mesma universidade. A sua dissertação explorou as relações entre fotografia e espaço - "A Fotografia na Produção do Espaço. Uma pesquisa sobre o imaginário das vistas de cima na cultura visual ocidental" (FCSH, 2010). No ICNOVA, coordena o grupo de investigação "Cultura, Mediação &Artes”, desde 2019, e é co-editora da revista RCL- Revista de Comunicação e Linguagens. Publicou 4 livros, bem como vários capítulos de livros e artigos em várias revistas académicas. Interesses atuais incluem género e cultura visual, arqueologia dos media óticos e imersivos, fotografia e ciência em contextos coloniais, nomeadamente no contexto das expedições científicas, e estudos de memória. É investigadora principal do projeto de investigação “Photo Impulse” financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (https://www.photoimpulse.fcsh.unl.pt). É investigadora do projeto Curiositas, um projeto da FCT de 2021, sediado na Universidade Lusófona, onde lecciona Arte, Cultura e Comunicação e Fotografia e Antropologia, na Escola de Comunicação.

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